BRASÍLIA - O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 29 de abril o julgamento para análise da denúncia contra o núcleo apontado como o responsável por elaborar um suposto plano de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em fevereiro deste ano, a Procuradoria Geral da República denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Na denúncia, a procuradoria dividiu os investigados em cinco núcleos de atuação. O terceiro, referente à "elaboração", foi o mais recente a ter o julgamento agendado. Antes desse, o julgamento do grupo de militares foi agendado para 9 de abril, e o do “núcleo crucial”, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas, para terça-feira (25).
Os denunciados nesse núcleo são:
Os membros da Primeira Turma — ministros Alexandre de Moraes, relator, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux — vão avaliar se a acusação trouxe elementos suficientes para a abertura de uma ação penal contra os acusados.
Para que a denúncia seja acolhida, é necessário o voto da maioria entre os cinco ministros. Se a denúncia for aceita, os acusados serão considerados réus e começa o trâmite de uma ação penal. Dessa forma, eles são chamados para apresentar defesa e o o seguinte é o interrogatório e a oitiva das testemunhas.
Após isso, é aberto o prazo para as alegações finais, quando as defesas podem contestar as provas incluídas pela PGR na denúncia e levantar elementos que apontem a inocência dos réus. Após as alegações, o Supremo deve marcar uma data para o julgamento dos acusados.