POLÊMICA NA CHINA

Ministro defende Janja e nega haver convite para visita de especialista chinês sobre TikTok 646b6c

Segundo Mauro Vieira, no jantar com Xi jinping, Lula apenas ‘pediu auxílio’ à primeira-dama para falar sobre rede social 5qz1w

Por Levy Guimarães
Publicado em 20 de maio de 2025 | 13:33
 
 
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) promove audiência pública com o ministro das Relações Exteriores, para prestar informações no âmbito de suas competências. Mesa: ministro de Estado das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Foto: Senado Federal do Brasil

BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, negou que o governo brasileiro tenha feito algum pedido ou convite para que um funcionário do governo da China viesse ao país para falar sobre o TikTok.

Nesta terça-feira (20) ele foi questionado sobre o jantar com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, quando a primeira-dama, Janja da Silva, abordou o líder chinês sobre possíveis riscos da plataforma. Ela teria causado constrangimento em membros da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Vieira foi questionado pelo senador Sergio Moro (União-PR) e minimizou o ocorrido.

"Foi uma menção que o presidente Lula fez. E ele só, inclusive, pediu auxílio na hora à primeira-dama. O fato específico é que foi dito o seguinte: não é possível que se deixe, em plataformas digitais, que haja divulgação de temas, de pornografia, de pedofilia e dos famosos desafios que correm nas redes digitais, que levaram à morte de uma criança de oito anos há pouco tempo em Brasília", disse.

Após o jantar em Pequim, o presidente Lula chegou a dizer que tinha pedido para o governo chinês enviar um representante ao Brasil para tratar do tema. Mauro Vieira, no entanto, negou que tenha havido um convite formal e defendeu a regulamentação das redes sociais.

"Não há, de forma alguma, programa de visita de especialistas para tratar do que quer que seja. Isso pode haver no futuro. Acho que o Brasil tem que regulamentar a questão das plataformas e, depois, é uma questão de tratar com o governo chinês. Porque também é diferente a questão dos algoritmos utilizados na China e no resto do mundo pela empresa".

Nesta segunda-feira (19), Janja rebateu as críticas e disse que “nenhum protocolo” vai fazer com que ela “se cale” quando julgar necessário pedir a palavra.

O episódio ainda gerou uma espécie de “caça às bruxas” no entorno de Lula, para saber quem teria sido o responsável por vazar à imprensa a fala de Janja. O principal “suspeito” nos bastidores é o ministro da Casa Civil, Rui Costa.