BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma série de elogios à China nesta segunda-feira (12), ao discursar no encerramento de um fórum empresarial em Pequim. No evento, empresas chinesas anunciaram investimentos de R$ 27 bilhões no Brasil.
Segundo o petista, Brasil e China são parceiros estratégicos e “atores incontornáveis” nos grandes temas globais frente ao ressurgimento de “tendências protecionistas”. Ele também classificou a relação entre os dois países como “indestrutível”.
“Por isso estejam certos, se depender do meu governo e se depender da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis. A nossa relação será indestrutível, porque a China precisa do Brasil e o Brasil precisa da China e nós dois juntos poderíamos fazer com que o Sul Global seja respeitado no mundo como nunca foi”, disse, em referência ao grupo de países emergentes e subdesenvolvidos.
Lula defendeu a China de críticas feitas por países ocidentais e apontou o país asiático como um “exemplo” de parceria com outras nações em desenvolvimento. O presidente ainda citou países da União Europeia como um exemplo contrário.
“A China tem sido tratada muitas vezes como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando na verdade a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócio com os países que foram esquecidos durante os últimos 30 anos por muitos outros países”, declarou.
“É importante a gente lembrar que a União Europeia, que sempre foi um parceiro muito grande do Brasil, depois da queda do Muro do Berlim se dedicou muito mais a ganhar o leste europeu, a transferir suas exportações e o crescimento para o leste europeu e diminuiu muito o investimento para a África e para a América do Sul”.
No discurso, Lula ainda defendeu o multilateralismo e o livre comércio entre os países e disse que a parceria entre Brasil e China “não tem retorno”: “queremos exportar mais e também queremos comprar mais”, apontou.
A viagem de Lula tem novos compromissos nesta terça-feira (13), quando ele participa da abertura do Fórum China-CELAC, bloco que abrange todos os países da América Latina e Caribe. Também fará encontros bilaterais com o primeiro-ministro chinês, Xi Jinping, e outras autoridades do país.