BRASÍLIA — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) refutou as críticas da oposição à ida antecipada da primeira-dama Janja ao Japão e à viagem dela à França. Antes de embarcar no Vietnã rumo a Brasília, neste sábado (29), Lula a defendeu e disse que a primeira-dama não precisa responder a “molecagens”.
“Minha mulher não é clandestina. Ela não faz viagens apócrifas. Ela viaja porque é convidada”, afirmou. “Eu não respondo a oposição nesse assunto. A Janja tem maioridade suficiente para responder aquilo que é sério”, completou.
Lula também elogiou a participação da primeira-dama na cúpula contra fome em Paris a convite do presidente da França, Emmanuel Macron. “Queria que a oposição lesse o discurso dela (Janja) para deixar de ser ignorante. Ela vai continuar fazendo o que gosta. Ela vai estar onde quiser, vai falar o que quiser. A mulher do presidente não nasceu para ser dona de casa”, disse.
As críticas da oposição a Janja se intensificaram com a ida antecipada da primeira-dama ao Japão. Ela chegou ao país uma semana antes da delegação brasileira. Depois de acompanhar o presidente nos primeiros compromissos no país, ela seguiu para a França.
Lula ou a última semana em agendas no Japão e no Vietnã e dividiu esses compromissos com uma extensa comitiva brasileira. Ele chega a Brasília neste domingo (30) e desembarcará ao lado dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, com quem esteve nesses dias.
Apesar da presença dos dois na delegação, Lula negou que eles tenham discutido o PL da Anistia — alvo de pressão da oposição sobre Hugo Motta na Câmara. Ele disse, ainda, que o assunto não é prioridade. “Você acha que eu iria convidar o presidente da Câmara e o presidente do Senado para discutir problemas que posso discutir em terra, em Brasília? Fiz questão de não discutir com eles nenhum assunto do Brasil”, afirmou. “Tenho certeza que a anistia não é o tema principal para ninguém, a não ser para quem está se culpabilizando”, completou.
Após esses dias de ausência da capital federal, Hugo Motta precisará lidar com a ofensiva da oposição pelo avanço do PL da Anistia na Câmara. Na semana ada, os deputados ensaiaram uma obstrução e a perspectiva é que, na terça-feira (1º), ocorra uma reunião entre Motta e o líder Sóstenes Cavalcante, que representa a bancada do PL. O partido coleta s de líderes e vice-líderes para pressionar Motta a pautar para votação no plenário um requerimento de urgência. O objetivo é acelerar a tramitação do projeto de lei da anistia.