BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (11) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com os ministros nos próximos dias para debater a taxação do aço e do alumínio brasileiros pelos Estados Unidos. Segundo ele, o encontro deve ser coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo também vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Quem está organizando as informações é o Ministério do Desenvolvimento, para que nós tenhamos uma reunião com o presidente. Mas nós estamos acompanhando, primeiro sabendo a minúcia da decisão, segundo observando quais as implicações que isso vai ter, porque não é uma decisão contra o Brasil, não é uma coisa genérica para todo mundo”, disse a jornalistas.
Além da Fazenda e do Desenvolvimento e Indústria, devem participar da discussão de medidas o Itamaraty e a Casa Civil. Haddad ainda destacou que o governo brasileiro observa a reação de outros países, como o México, Canadá e China, à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 25% todas as importações de aço e de alumínio.
O governo brasileiro tem adotado uma postura de cautela, mas a medida afeta o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço dos Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.
“A avaliação é de que medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para a melhoria da economia global. A economia global perde com isso, com essa retração, com essa desglobalização que está acontecendo. E isso não significa defender a velha globalização que trouxe outros desequilíbrios, mas defender um tipo de globalização sustentável do ponto de vista social, do ponto de vista ambiental”, afirmou.
Mais cedo, em entrevista a jornalistas, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o Brasil não vai entrar em nenhuma guerra comercial. Ele também acrescentou que a questão ainda não foi discutida dentro do governo federal.
Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, escreveu, em suas redes sociais, que a decisão de Trump prejudica “de maneira fatal” especialmente Minas Gerais, que tem a economia fortemente ligada à mineração. Silveira ainda aproveitou para atacar o governador mineiro, Romeu Zema, o chamando de “entreguista” e “subserviente ao poderio internacional”.