BRASÍLIA – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que "não existe deadline para o Bolsonaro" na disputa presidencial de 2026 – mesmo com a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – , rejeitou a proposta de “semi-anistia” articulada por Davi Alcolumbre (União-AP) e criticou o ex-presidente Michel Temer, a quem classificou como um político "sem liderança eleitoral".
Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira (13) em que declarações são marcadas por críticas políticas e sinalizações sobre 2026, o filho do ex-presidente reforçou que seu pai segue sendo o principal nome da direita e que qualquer tentativa de substituí-lo é “construção fadada ao fracasso”.
Ao comentar a proposta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de costurar um perdão parcial aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, Flávio foi direto: “Enquanto ele não esclarecer que texto intermediário é esse, essa semi-anistia não existe”.
O senador também expressou desconfiança sobre a proximidade entre Alcolumbre e o presidente da República. “Davi anda viajando muito com o Lula, eu fico preocupado se ele está sofrendo influências do governo", especulou.
Flávio Bolsonaro não poupou o ex-presidente Michel Temer, que tem buscado se articular com governadores de perfil conservador para viabilizar uma alternativa eleitoral para 2026 em substituição a Jair Bolsonaro.
Segundo ele, Temer “não tem qualquer liderança eleitoral” e representa um risco por seu histórico de decisões, como a indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Está feito o convite para que Temer caminhe conosco, mas sem querer construir um nome sem o Bolsonaro”.
Ainda de acordo o senador, qualquer projeto à direita que ignore Jair Bolsonaro está “condenado ao fracasso”: “Eles tentam ocupar um espaço que pensam estar vago, mas não existe vácuo de poder”.
No plano eleitoral, Flávio defende a candidatura à reeleição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como uma peça-chave do bolsonarismo: “Tarcísio é um palanque fundamental para 2026”.
Além disso, anunciou que tanto ele quanto a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e seus irmãos Eduardo, Carlos e Jair Renan, devem disputar cargos legislativos nas próximas eleições – os três primeiros ao Senado e os dois últimos à Câmara de Vereadores do Rio e de Balneário Camboriú, respectivamente.
A ideia é reforçar a oposição no Senado, já que na Câmara ela está garantida. Flávio também deixou claro que o grupo bolsonarista trabalhará para eleger senadores que se comprometam com o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Ainda segundo o senador, discutir 2026 sem Bolsonaro é uma “ejaculação precoce” política: “Bolsonaro está no seu direito de reivindicar a sua candidatura. Ninguém vai ganhar por W.O”.