BRASÍLIA - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (28) que o partido já começou a discutir as eleições de 2026. A executiva nacional da legenda se reuniu nesta segunda-feira para debater o resultado das eleições municipais de 2024, já planejando as movimentações para o próximo pleito. Segundo Gleisi, que deixa a presidência do PT no primeiro semestre do ano que vem, o foco agora será escolher os candidatos para o Senado.
No balanço de 2024, a deputada afirmou que a estratégia do partido nesta eleição foi fortalecer e ampliar as alianças que sustentam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário de 2020, quando foi lançar candidatos próprios para defender Lula, preso pela Operação Lava Jato, e o legado das gestões petistas.
Ela negou que essa estratégia terá impacto na formação do governo de coalizão do presidente Lula, mas defendeu a importância para ampliar o leque de alianças para 2026.
“Defendo isso: acho que temos que fazer uma aliança mais ao centro, ampliar, para reeleger o presidente Lula. Mas temos que pensar também dentro do nosso campo político, dos partidos de esquerda, de como vamos fazer esse enfrentamento, da realidade das eleições municipais, para o Congresso Nacional. Porque aí é fundamental prefeitos e vereadores”, destacou.
Das 13 prefeituras disputadas no segundo turno, o partido venceu em quatro. E ainda volta a comandar uma capital. Em Fortaleza (CE), Evandro Leitão (PT) saiu vitorioso, contra André Fernandes, candidato do PL.
Internamente, há um questionamento sobre o apoio do PT à candidatura de Guilherme Boulos (Psol) a prefeito de São Paulo.
O vice-presidente do partido, Washington Quaquá, criticou o apoio do partido à candidatura de Boulos, em suas redes sociais. O deputado federal do Psol não conseguiu vencer o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).
"Boulos era a crônica de uma morte anunciada! A candidatura errada na cidade errada! Havia Márcio França, Tabata Amaral e até a Ana Stella Haddad que nunca disputou eleição, mas poderia dialogar com uma ala mais conservadora nas periferias e classe média. Escolhemos uma candidatura com um teto de limite de eleitor de esquerda. Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder", escreveu o deputado federal em seu Instagram.
Em entrevista a jornalistas, nesta segunda-feira, após reunião da Executiva, Gleisi Hoffmann rebateu a declaração de Quaquá e afirmou que discorda dessa avaliação.
“Boulos foi para o segundo turno em 2020, teve 40% dos votos, teve mais de 1 milhão de votos para deputado. Era um quadro que cumpria o que queríamos. Qual outro candidato do PT poderia disputar? Boulos foi o melhor candidato, não deixou de combater. E estava conosco nos piores momentos. Política não é só pragmatismo”.