A permanência do senador Carlos Viana no Podemos voltou a ser tema de especulações nos bastidores da política mineira. Segundo o próprio senador relatou à coluna Aparte, ele pretende permanecer no Senado Federal, onde tem mandato garantido até o fim de 2026, mas uma possível participação nas eleições do próximo ano depende da formação de um grupo político com o qual se identifique e ao qual possa se unir de forma estratégica.
“Meu nome está à disposição para que o grupo político a que eu me juntar tome uma decisão. Eu já aprendi que não se faz nada sozinho. É preciso sempre estar unido num projeto”, disse o senador. Apesar de indicar que a candidatura à reeleição é o caminho mais provável, Viana não descartou outras possibilidades e afirmou que conversas com lideranças políticas seguem em curso.
“A meu ver, o caminho hoje mais certo é a reeleição ao Senado, mas toda e qualquer conversa que for apresentada, eu estou disposto a ouvir e naturalmente avaliar com pesquisas e com o apoio daqueles que fazem política de verdade, política boa nas cidades”, declarou.
"Esta não é a primeira vez que surgem rumores de que o senador Carlos Viana pode deixar o Podemos. Em fevereiro de 2024, quando os partidos estavam se movimentando para lançar os nomes para as eleições municipais, Viana chegou a comentar, em entrevista ao Café com Política, de O TEMPO, que estava se organizando para se filiar ao Republicanos. Na época, ele justificou que deixaria o Podemos para ter mais “segurança jurídica” e “independência política”.
A troca de legendas, entretanto, não se concretizou, e Viana se lançou como candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pelo Podemos. Durante a campanha, outra crise surgiu entre candidato e partido: a definição do vice. Em julho, o senador anunciou que o empresário Fred Aisc, do Democracia Cristã (DC), seria seu vice na chapa para a PBH. Um mês depois, chegando perto da data-limite para registrar a chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Viana divulgou a troca de Aisc por Kika da Serra (Podemos), líder comunitária no aglomerado da Serra.
Contudo, no momento de registrar oficialmente as chapas, houve uma contradição: ao mesmo tempo que Viana declarava Kika como sua vice, o partido tinha registrado o nome de Renata Rosa, também filiada ao Podemos. Enquanto legenda e candidato não se reuniam para resolver o imbróglio, Viana seguiu fazendo campanha ao lado de Kika da Serra, ao o que Renata Rosa participava de atos sem o senador. No fim, o partido venceu, e Renata Rosa seguiu como vice na chapa, que ficou em sétimo lugar na disputa, com pouco mais de 1% dos votos.
A campanha marcada por embates internos e o resultado pífio nas eleições municipais teriam gerado desgaste na relação de Viana com o próprio partido, segundo fontes internas. Abalado após a derrota, ele voltou ao seu cargo no Senado e, no fim do ano, foi escolhido para ser o líder do Podemos na Casa em 2025. A presidente estadual do partido, Nely Aquino, foi procurada pela coluna para comentar os rumores, mas não respondeu o contato.
Caso a desfiliação de Viana realmente ocorra, essa será a sétima troca de partido do jornalista em sua vida política. Desde 2003, ele já foi filiado aos partidos PSC, Mobiliza, PHS, PSD, MDB, PL e Podemos.