Luísa Cardoso Barreto é diretora-presidente da Codemge

Toda cidade carrega seus sonhos. O do posto de saúde que evitaria a longa travessia até o outro lado da cidade; o da creche prometida por tantas gestões, que nunca ou da planta; o da rua em que o asfalto termina antes da esquina. O bairro, enfim, todo iluminado. Demandas legítimas, que fazem parte do cotidiano de milhares de famílias. 

Os gestores públicos sabem disso. Há escuta ativa, há intenção política, há senso de urgência. Mas frequentemente, falta algo mais estrutural: capacidade técnica para transformar demandas legítimas da população em projetos bem desenhados, juridicamente sólidos, economicamente viáveis e com potencial de atrair investimentos.

Escuta e planejamento 224s2h

boa gestão parte do princípio de que ouvir é essencial – mas não é suficiente. É preciso saber transformar o que se escuta em soluções. E isso exige método. Exige planejamento. Exige articulação entre esferas de governo e clareza nos papéis de cada ator envolvido. Prefeitos e prefeitas lidam, diariamente, com orçamentos apertados, equipes reduzidas e uma complexidade regulatória crescente. Mesmo com prioridade política, muitos projetos, infelizmente, ainda travam por falta de estrutura adequada.

Nesse contexto, surgem iniciativas que buscam preencher essa lacuna com racionalidade e método. Uma delas é a Cidade Parceira, da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e do governo de Minas, que oferece e à modelagem de concessões e parcerias público-privadas em áreas como saúde, educação, mobilidade e infraestrutura urbana. 
Em vez de prometer recursos, o programa, que está aberto à inscrição das prefeituras, ajuda a organizar as condições para que elas existam: reduz incertezas, melhora a qualidade dos estudos, atrai operadores e investidores.

Parcerias 6b95y

A lógica é pragmática. Não se trata de reinventar o papel dos municípios nem de delegar suas responsabilidades, mas de criar um ambiente em que bons projetos tenham chance de sair do papel – mesmo onde as equipes locais são pequenas ou sobrecarregadas. O e técnico qualificado não substitui a vontade política, mas a viabiliza.

As concessões e PPPs têm sido cada vez mais utilizadas por istrações públicas no Brasil e no mundo. Não porque sejam uma solução mágica, mas porque oferecem alternativas viáveis diante da escassez de recursos. Permitem compartilhar riscos, ampliar investimentos e acelerar entregas – desde que sejam bem desenhadas, reguladas e acompanhadas.

Democratizar o conhecimento 3i5v4v

Minas tem acumulado experiência nesse campo, com projetos reconhecidos nacionalmente. O desafio agora é democratizar esse conhecimento, garantindo que municípios de diferentes portes tenham o à mesma capacidade técnica disponível nos grandes centros. Apoiar a profissionalização da gestão municipal é uma forma concreta de promover desenvolvimento regional e combater desigualdades.

Desenvolver Minas a, necessariamente, por desenvolver seus municípios. Isso exige foco na execução, compromisso com a melhoria dos serviços públicos e disposição para inovar nos meios, sem abrir mão dos princípios. Os bons sonhos estão aí, vivos no imaginário e nas demandas da população. O papel de quem está na gestão pública é construir os caminhos – com responsabilidade, planejamento e eficiência.