OPINIÃO

Goleamos e pegamos o elevador 484p5v

No atual cenário, 1 a 0 é goleada, mas não dá pra ar tanto perrengue num jogo com tanta superioridade 2h5a2w

Por Guilherme Frossard
Publicado em 06 de maio de 2025 | 11:14
 
 
Jogadores do Atlético-MG comemorando gol contra Juventude (Foto: Pedro Souza / Atlético) Foto: PEDRO SOUZA / ATLETICO

Ufa, vencemos. O alívio foi o único sentimento no apito final de ontem, em Caxias do Sul. Isso porque, até o último minuto, o medo de tomar o empate era enorme. O cenário da tragédia estava montado: superioridade do Galo, festival de chances criadas (e desperdiçadas). Tava a cara do desastre. Ainda bem que não veio.

Foram dois alertas do meu relógio, durante o jogo, de batimentos cardíacos acima da normalidade pra momentos de repouso. Além de aviso de atividade física, o sistema deveria ter um aviso de jogo do Galo, pra ajudar o aparelho a entender por que o coração dispara do absoluto nada numa despretensiosa noite de segunda-feira. Calma, relógio, não é um infarto. É só mais um gol perdido.

Gostei muito do primeiro tempo de ontem. Além de volume, o time teve organização pra criar. Com a entrada de Igor Gomes por dentro, reforçando o meio-campo, Scarpa jogou mais de fora pra dentro, da direita pro meio, onde rende mais. Partidaça do camisa 10. Pela esquerda e pisando bastante na área, Cuello também foi muito bem. Isso sem falar no melhor em campo: Rubens.

O volante/lateral/faz-tudo jogou muita bola. Destruiu e construiu. Marcou e jogou. Ganhou quase todas as disputas e quase deixou o dele. O Galo saiu na frente com Rony, mas o impedimento milimétrico cortou nossa onda. Depois, no cruzamento de Scarpa, a bola ou por todo mundo e entrou, dando uma mínima justiça ao placar.

Com o 1 a 0, o Atlético criou pra fazer dois, três, cinco. Até os 15 do segundo tempo, fizemos um jogo dominante, agressivo, em que a única ressalva (e bem preocupante) foi a quantidade de chances claras desperdiçadas. Se o time não mata o jogo, o adversário sente que está vivo e, no primeiro vacilo do outro lado, aproveita. Foi o que o Juventude fez, ou tentou fazer.

No meio da segunda etapa, o Galo teve um apagão. Nenê (já coroa, mas muito bom de bola) entrou bem do lado de lá, e o Juventude cresceu. Marcou um gol anulado por um toque de mão de Ênio (claríssimo) e teve um pênalti anulado por um impedimento também milimétrico, a exemplo do lance de Rony no primeiro tempo. Quase colocamos tudo a perder (de novo). Dessa vez, porém, os deuses do futebol foram um pouquinho mais generosos com a gente.

Sem Hulk, o time teve um meio-campo mais recheado, o que refletiu num time mais organizado. O desafio de Cuca, agora, é manter esse equilíbrio com a volta do super-herói e com a entrada de Dudu a partir do mês que vem.

Nas análises individuais, vale elogiar a dupla de zaga, que foi muito bem (destaque pro garoto Rômulo, com partida muito segura). Caio, pela esquerda, flertou com uma boa atuação em alguns momentos, mas ainda tem vacilos inissíveis pra um jogador de defesa. Se o pênalti pra eles fosse confirmado e convertido, grande parte da culpa seria dele. Tem força e pode ajudar, mas precisa ser mais efetivo e firme nas ações defensivas.

Temos muito a melhorar e a corrigir, mas corrigir depois de vitória é muito melhor. No atual cenário, 1 a 0 é goleada, e ainda serviu pra pegarmos o elevador e aparecermos na 10ª posição do Brasileirão. Pra quem estava no Z-4 até horas atrás, G-10 é luxo.

Saudações.